quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Dança do Ventre e as deusas






Não podemos começar a discutir a Deusa e a dança do ventre sem antes rever o passado.

Nas antigas religiões o culto da deusa era praticado pela maioria dos povos. A Dança fazia parte desses cultos. Alguns movimentos eram muitos parecidos com os da dança do ventre.

Segundo Lucy Penna a criação desses movimentos e dançando os seres se identificavam com a eterna roda da vida, aprendiam a compreender como foi feito o universo e podiam constatar no seu centro o a chama criadora que move em cada um.

A dança era um instrumento para “alcançar” os deuses, deusas, a luz, a consciência. Com o passar dos tempos e com o fim da religião antiga a dança foi adaptada para ser executada como simples forma de divertimento, todo o conceito da prática religiosa foi sendo esquecida e sofreu um enorme preconceito, um exemplo disso é o relato na bíblia de Salomé.

A sua relação com a deusa e a deusa em si foi sendo substituída por conceitos impostos pos aqueles que comandavam os novos tempos. Sua banalização foi sendo enraizada. Porém a tentativa dessa marginalização não se teve por completa, alguns povos ou até mesmo algumas pessoas continuaram a acreditar nos ensinamentos do passado e de uns tempos para cá a relação com a deusa vem sendo revivida e através da dança do ventre ela vendo sendo explorada e divulgada, mas será que essa exploração está sendo positiva? O que diriam as sacerdotisas do templo? Essa é realmente a antiga dança das deusas?



Essas perguntas cabem a cada uma de nós respondermos. A ultima pergunta eu diria que não, essa não é a antiga dança dos cultos a deusa, é sim, influenciada por ela.


A dança do ventre faz com que nos tornemos deusas e com isso chegar mais perto da matriz, da mãe, é um mergulho em nós mesmas, é um encontro com nossa feminilidade. Segundo estudo de Patrícia Bencardini, os estados de consciência que podemos atingir da deusa através da dança do ventre são:

• Danço porque sou a deusa;
• Danço porque represento a deusa;
• Danço porque sou uma parte da deusa;
• Danço porque estou mergulhada na deusa

Cada mulher, bailarina precisa saber manifestar a deusa de sua própria maneira e consciência;
“A jornada do herói trata de viver o próprio destino e não aquele que a sociedade define”.

Vivenciar a Deusa é o reencontrar a verdadeira essência da mulher, a serpente tem uma simbologia muito interessante, ela vive trocando de pele, quando está se movendo está continuamente mudando sua forma e a cada ondulação ela troca sua imagem; uma cobra é um animal com mil formas e ainda assim é uma cobra, isso é vivenciar a deusa.

Temos que estar sempre criando, mantendo e destruindo nossos pensamentos, nossos movimentos, nossa energia feminina, a energia da grande mãe e com isso transformando nossa dança do ventre em dança da deusa-mulher, do amor, da terra, da vida.

Simone Martinelli


Fonte:http://www.centraldancadoventre.com.br/artigos/147-dando-ventre-e-as-deusas